17 de setembro de 2012
¡Viva México!
Eu sei que demoro muito pra escrever no blog, mas é que sempre preciso de tempo para saber o que escrever, como escrever e pra quem escrever. Neste post, muita alegria! Vamos falar de praias, festas e viagens.
Primeiro Acapulco, a famosa praia do Chaves. Apesar de não me surpreender tanto, Acapulco é um lugar muito lindo. Só de olhar pra paisagem das praias, você tem vontade de relaxar. Só alegria. Viajar em um grupo grande e ainda mais com gente de várias nacionalidades é muito legal. Você consegue conhecer a cultura mexicana e, pra melhorar, a cultura de outros países. Festa onde pra socializar você tem que falar um pouco de cada língua é muito engraçado kkkkkkk!!
Para mim, os pontos altos da viagem foram a parte em que eu e mais duas amigas decidimos nos aventurar nas ondas da praia de Acapulco. MEU DEUS, EU PENSEI QUE FOSSE MORRER! kkkkkkkkkkkkkkkkk MAR maldito, ainda levou minhas havaianas novinhas. Fiquei chateada, chateadíssima. E a noite de rainha quando fomos para uma boate TOP 1000! Fiquei na parte VIP, galera do meu Brasil. Só não fiquei babando a noite toda pq era tanta coisa pra fazer que eu me esqueci do resto. Que boate (que aqui eles chamam de antro ??) MARAVILHOSA! Me senti uma rainha, velho. Música boa, bebida de primeira, gente legal!! ADOREI, ADOREI!! Curiosidades de Acapulco: os táxis são FUSCA, hehehe. E os ônibus são todos decorados. AI MEU DEUS, fui em um com tema do Bob Esponja! *.*
Depois de quase dois meses, eu acho que entrei mesmo no clima mexicano. Este final de semana foi feriado da Independência mexicana e viajei com uma turma de amigos (ueba!). Por vários aspectos, esta foi uma viagem inesquecível kkkkkkkk. Primeiro porque eu finalmente dirigi um carro aqui no México. MEU DEUS, eu pensei que já tivesse esquecido a ordem das marchas... E pra melhorar, o carro era automático HURUUUUUUUL! Dirigi nas estradas mexicanas, que vale salientar, são muito melhores que as brasileiras (pagando pedágio tem que ser melhor mesmo). Me senti nas nuvens, já que só conhecia a cara do ônibus por aqui. Conheci duas cidades históricas maravilhosas: San Miguel de Allende e Querétaro.
A magia dos dois lugares é linda de se ver.. Bandeirinhas nas ruas, pessoas pintadas com as cores do México, gritos de alegria e amor ao país onde vivem. Entrei no clima. Fui pra praça de noite com os amigos e gritei como se não houvesse amanhã: ¡Viva los Mexicanos! ¡Viva los Mexicanos! ¡Viva México! ¡Viva México! ¡Viva México! ¡Viva México!!!!!!!!!!!!!!!!!
Dancei a música mexicana, andei pelas ruas históricas, pelos cantinhos desconhecidos, os becos charmosos, as ruas fofinhas de San Miguel de Allende, uma história que me encantaría conhecer um pouco mais. Pra terminar, visitamos uma cidade mais linda ainda, chamada Querétaro. Ai sim fiquei impressionada com a beleza. É uma mistura de modernidade com antiguidade... A tecnologia das grandes cidades misturadas à nostalgia do centro histórico, com suas casinhas juntinhas, ruas de pedra, pracinhas com fontes e igrejas maravilhosas. Quero voltar mais vezes! *.*
Como no outro intercâmbio, sinto que ainda tenho muito aprender. Sei lá, quero aprender coisas novas, esquecer coisas ruins, ser alguém melhor, deixar aqueles que não fazem diferença na minha vida irem embora... Sonho com dias melhores, dias em que eu serei só amor. Sinto saudades das coisas que fazia no Brasil, das pessoas com quem costumava conviver. Mas a rotina aqui também é alegre! Tenho amigos-irmãos e sei que sou rodeada de amor e carinho. Sinto falta de muita gente, amigos que eu queria ao meu lado. Saudades da minha família que me enchia de mimos e amor. Saudades de um abraço gostoso, onde eu posso me entregar sem receio. Saudade é uma palavra difícil de descrever. Difícil de explicar e mais difícil ainda de suportar. Mas eu estou bem, eu estou feliz. Aos meus amigos que sempre deixam uma mensagem de carinho, de amor, preocupação: isso é tão importante pra mim! Alegra meu dia, me deixa com um sorriso no rosto... A minha família que sempre está por perto,vocês nunca me deixam cair... Isso é essencial pra mim! :)
Vejam agora o que aprendi... Segundo meu amigo Will (Shakespeare), aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém. Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e Ter paciência, para que a vida faça o resto [...] Aprendi que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência. Mas, aprendi também que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei. Aprendi que perdoar exige muita prática e que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso. Eu aprendi que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, e que eu tenho que me acostumar com isso. Que não é o bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro. E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.
Mas, principalmente, eu aprendi que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito.
29 de agosto de 2012
Mar de conhecimento sem fim
Uma amiga no México costuma dizer: "O amor? AH... Sei lá!". Agora eu sempre digo "O México? AH... Sei lá!". Quase um mês em terras da Tequila e eu já me sinto mexicana (
Tenho companheiros que já considero uma família. A gente ri, chora, briga, se acerta e cuida um do outro. Passei por problemas que nunca pensei que fosse passar. No final, tudo dava certo. Deus está olhando pro México, tenho certeza.
Obrigada México, pela sua cultura diferente. Seus costumes, manias, jeito de ser. Não muito obrigada pela distâncias entre as Pirâmides de Teotihuacán, mas mesmo assim valeu a experiência de uma história tão única. Obrigada mais ainda pelo passeio a Xochimilco, aqueles barquinhos coloridos - que são minha cara, vale ressaltar - foram inesquecíveis. Mas, de todo o meu coração (
E sobre as aulas? Acho que é mais um fator que me faz querer seguir em frente. Porque mesmo querendo desistir, baixar a cabeça e chorar quando não entendo a pergunta, quando não sei o que é pra fazer na tarefa de classe e muito menos na de casa. Mas o fato de tomar coragem e pedir para falarem mais devagar, de olhar para as turminhas de amigos e lembrar das minhas, de aprender uma nova forma de pensar, é o que me faz acordar todo dia e pelo menos tentar dar o meu melhor. Mesmo que o meu caderno seja uma mistura doida de português e espanhol.
Vai parecer clichê falar isso, mas a saudade é algo que acalenta, conforta. Os lugares por onde passo lembram um pouquinho de cada pessoa especial para mim. Seja aquele lugar rústico, com um jardim maravilhoso... Ou os lugares permeados pela fé. Uma figura, uma música, um cantor. É como se naquele momento vocês estivessem perto de mim.
Mas por enquanto eu não quero voltar, talvez por não saber qual a sensação de fazer falta. Talvez por não querer voltar a rotina. Talvez por achar que a minha falta é melhor que a presença. Talvez por pensar que eu valorizo mais quando estou longe e não tanto quando estou por perto. Ou o contrário, por achar que sou mais valorizada quando estou longe, porque só o melhor lado de mim aparece.
Por falar em valor, quero mandar um beijo especial pros meus pais. Eu só queria dizer que para vocês, eu tenho o maior AMOR do mundo. Agora eu vejo que sou o espelho de vocês. A personalidade da mãe. O jeito sonhador do pai. Eu sei que adoro cada defeito de Inácia e cada não sorriso e Ricardo. Como dizem as músicas... Só em ver a foto de vocês na minha parede, eu sei que as coisas não tão ruins!! Eu só quero agradecer a vocês pelos melhores dias da minha vida!!
Com minhas amigas chinesas da classe de espanhol, aprendi um ditado chines, que diz:
"Perseverança é o caminho para a montanha do conhecimento. Trabalho duro é o barco que nos leva para o interminável mar do aprendizado."
BEIJOS BRASIL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
8 de agosto de 2012
México, agora é a sua vez
Quem me conhece, sabe. Eu não abro mão de uma aventura. Por mais que o medo seja grande, a vontade de voltar no passado seja maior ainda, eu sempre termino me arriscando. Quando eu recebi a notícia de que teria a oportunidade de passar um semestre estudando no México, o primeiro pensamento que veio a cabeça foi: ARRIBA! EU VOU! Mas - quem me conhece também sabe disso - como boa libriana que sou, vivo em dúvida. Já diria os poetas do Twitter: 'Odeio ter opções. Sempre escolho as erradas'.
Passei um tempo naquela indecisão sem jeito, desgraçada. Medo de que a família não fosse sentir minha falta, que os amigos fossem esquecer de mim. Medo de não fazer amizades no intercâmbio. Um pouco de insegurança também. Aquela agonia, sem saber onde viver, como estudar, como fazer provas, como me vestir. Mas eu decidi ir. A partir daí, já era uma escolha sem volta. Uma escolha que eu precisava fazer dar certo. Por querer surpreender, não só a mim mas aos outros também.
Dia 30 de julho de 2012 eu deixei toda minha vida pra trás, mais uma vez. Três anos se passaram depois do intercâmbio para a Califórnia. Naquela época, eu era uma adolescente. Agora, já me considero uma jovemadulta kkkkkkkkkk. Neste momento, a responsabilidade é maior e a incerteza sobre o futuro, maior também.
Cheguei em uma cidade no mínimo zilhões de vezes maior que o Recife. Uma cidade onde o trânsito não para. Onde a comida é muito diferente. O ar é muito seco e dificulta a respiração. As pessoas são cordiais, mas falam muito rápido, e por mais que os idiomas se pareçam, a sua cara de besta demora pelo menos dez segundos até desaparecer e você entender o que falaram. Certo estavam os Beatles quando disseram Ontem os meus problemas pareciam tão distantes. Hoje, eu e mais cinco almas perdidas no México lutamos para afastar os problemas.
Não é difícil, mas também não quer dizer que seja fácil. A adaptação é difícil e, apesar do pouco tempo, já passei por várias provas sem ter tido tempo de estudar a lição. Fiquei doente várias vezes, acordei sem conseguir respirar e o nosso hotel é assombrado e, QUE BOM, ainda não encontramos apartamento. Pra piorar, sentimos o chão tremer ontem.
Chorona como só eu consigo ser, desabei no choro quando peguei uma virose maldita e tudo o que eu queria era o colo da minha mãe e o dengo do meu pai. Poder gritar: PAIZINHO, PEGA REMÉDIO PRA MIM! ou MÃEZINHA, VEM ME COBRIR QUE EU TÔ COM FRIO. As lágrimas também vieram nos olhos enquanto eu estava no avião, assistindo um filme e Miley Cyrus cantou uma das minhas músicas preferidas. Os versos 'Eu tenho que continuar tentando, seguir com minha cabeça erguida. Sempre haverá outra montanha, e eu sempre vou querer tirá-la do caminho. Sempre haverá outra batalha e algumas vezes eu terei que perder', me fizeram chorar como não chorei no aeroporto. Lágrimas vieram nos meus olhos quando no primeiro dia de aula, eu sentei sozinha e não tinha minhas amigas para fofocar enquanto o professor não chegava. Ou quando eu comento algo muito engraçado, mas sei que só aquelas que me conhecem há muito tempo vão entender de verdade.
Detalhes de uma primeira semana inesquecível. O México é lindo. A cidade é caoticamente fascinante. As pessoas, os lugares, os cachorros, as casas, o colorido e o jeito de levar a VIDA. O clima, o fuso horário, as bebidas e as comidas estranhamente diferentes.
Mas há uma coisa que só eu conheço. Viagens servem para mim como uma oportunidade para amadurecer. Para sentir o que é AMOR quando se está longe. O que é FAMÍLIA quando não se tem brigas. O que é AMIZADE quando não há a convivência. O que é SAUDADE quando a distância atinge recordes. Experiências me dão vontade de deixar de ser quem sou para ser quem eu quero ser. Uma filha melhor, uma irmã mais compreensiva, uma tia mais presente e uma amiga mais única. Defeitos que eu odeio ter que carregar comigo e gostaria de jogar fora. Qualidades que me encantaria absorver e levar para sempre dentro de mim.
"Llegar a ser alguién significa llegar a ser otro distinto a sí mismo." (Francois Mauriac)
Passei um tempo naquela indecisão sem jeito, desgraçada. Medo de que a família não fosse sentir minha falta, que os amigos fossem esquecer de mim. Medo de não fazer amizades no intercâmbio. Um pouco de insegurança também. Aquela agonia, sem saber onde viver, como estudar, como fazer provas, como me vestir. Mas eu decidi ir. A partir daí, já era uma escolha sem volta. Uma escolha que eu precisava fazer dar certo. Por querer surpreender, não só a mim mas aos outros também.
Dia 30 de julho de 2012 eu deixei toda minha vida pra trás, mais uma vez. Três anos se passaram depois do intercâmbio para a Califórnia. Naquela época, eu era uma adolescente. Agora, já me considero uma jovem
Cheguei em uma cidade no mínimo zilhões de vezes maior que o Recife. Uma cidade onde o trânsito não para. Onde a comida é muito diferente. O ar é muito seco e dificulta a respiração. As pessoas são cordiais, mas falam muito rápido, e por mais que os idiomas se pareçam, a sua cara de besta demora pelo menos dez segundos até desaparecer e você entender o que falaram. Certo estavam os Beatles quando disseram Ontem os meus problemas pareciam tão distantes. Hoje, eu e mais cinco almas perdidas no México lutamos para afastar os problemas.
Não é difícil, mas também não quer dizer que seja fácil. A adaptação é difícil e, apesar do pouco tempo, já passei por várias provas sem ter tido tempo de estudar a lição. Fiquei doente várias vezes, acordei sem conseguir respirar e o nosso hotel é assombrado e, QUE BOM, ainda não encontramos apartamento. Pra piorar, sentimos o chão tremer ontem.
Chorona como só eu consigo ser, desabei no choro quando peguei uma virose maldita e tudo o que eu queria era o colo da minha mãe e o dengo do meu pai. Poder gritar: PAIZINHO, PEGA REMÉDIO PRA MIM! ou MÃEZINHA, VEM ME COBRIR QUE EU TÔ COM FRIO. As lágrimas também vieram nos olhos enquanto eu estava no avião, assistindo um filme e Miley Cyrus cantou uma das minhas músicas preferidas. Os versos 'Eu tenho que continuar tentando, seguir com minha cabeça erguida. Sempre haverá outra montanha, e eu sempre vou querer tirá-la do caminho. Sempre haverá outra batalha e algumas vezes eu terei que perder', me fizeram chorar como não chorei no aeroporto. Lágrimas vieram nos meus olhos quando no primeiro dia de aula, eu sentei sozinha e não tinha minhas amigas para fofocar enquanto o professor não chegava. Ou quando eu comento algo muito engraçado, mas sei que só aquelas que me conhecem há muito tempo vão entender de verdade.
Detalhes de uma primeira semana inesquecível. O México é lindo. A cidade é caoticamente fascinante. As pessoas, os lugares, os cachorros, as casas, o colorido e o jeito de levar a VIDA. O clima, o fuso horário, as bebidas e as comidas estranhamente diferentes.
Mas há uma coisa que só eu conheço. Viagens servem para mim como uma oportunidade para amadurecer. Para sentir o que é AMOR quando se está longe. O que é FAMÍLIA quando não se tem brigas. O que é AMIZADE quando não há a convivência. O que é SAUDADE quando a distância atinge recordes. Experiências me dão vontade de deixar de ser quem sou para ser quem eu quero ser. Uma filha melhor, uma irmã mais compreensiva, uma tia mais presente e uma amiga mais única. Defeitos que eu odeio ter que carregar comigo e gostaria de jogar fora. Qualidades que me encantaria absorver e levar para sempre dentro de mim.
"Llegar a ser alguién significa llegar a ser otro distinto a sí mismo." (Francois Mauriac)
9 de março de 2012
Justificativas
Eu não peço muito. Ou talvez peça. Talvez eu peça demais, que ninguém aguente tantos pedidos. Eu não brigo muito. Ou talvez brigue. Talvez eu brigue tanto, que ninguém queira mais brigar comigo. Eu não me cobro tanto. Ou talvez sim. Talvez eu me cobre tanto, que as pessoas se acostumem com a minha auto cobrança.
Não! Ou talvez eu sonhe demais e as pessoas fiquem incomodadas com os meus sonhos. Ou com os meus delírios ao sentir que estou perto de realizá-los. Talvez o meu jeito estranho atrapalhe as pessoas. Ou talvez elas me atrapalhem, porque seus jeitos simples me confundem. Tudo que querem me dar é leve. Tudo o que eu quero dar é pesado demais. Ou quem sabe eu seja muito fácil de decifrar e me torne extremamente entediante? Ou não! Talvez seja tão difícil entrar no meu infinito particular que os outros simplesmente desistem. Não porque não conseguiram, mas porque nem querem mais. Acaso não queira mais, eu tenho respostas para todos os Talvez que vivo me perguntando todos os dias.
Pode até parecer que você sabe tudo sobre mim. Mas você não sabe. Você pensa que sabe. Você pensa que eu tenho tudo, que eu sei tudo, que a vida nunca foi difícil para mim. Mas, não, eu não tenho tudo; muito menos sei de tudo; e minha vida foi muito mais difícil que a sua. Não, eu não peço muito. É você que faz muito pouco e eu faço demais. Você não aguenta meus pedidos porque tem medo de não conseguir agradar às minhas expectativas.
Eu também não brigo muito. É porque eu prefiro falar agora do que esperar para jogar depois. Porque eu detesto jogos. Jogos pra mim só de tabuleiro. E mesmo assim, pra dar muita risada. Jogos que me fazem sofrer, que me fazem ter mais dúvidas do que já tenho não me agradam. E não me agradam mesmo. Ai sim eu lhe jogo um talvez: talvez você é que goste de joguinhos. Porque em um jogo você finge que não briga, enquanto eu me desespero e brigo sozinha. Pare com joguinhos: é feio, deselegante e no final, quem se machuca é você, porque eu já joguei minhas palavras e tirei meu pino faz tempo.
Mas de um talvez eu não me excluo. É verdade, eu me cobro muito. Chega de talvez. Desta verdade eu não fujo: eu me cobro tanto que chega a doer. A cobrança é tanta que meu coração aperta quando eu vejo todo o meu esforço sendo jogado fora pela falta de auto cobrança das outras pessoas. Mais outra verdade: todos se acostumam com minha auto cobrança. É tanta acomodação que quando eu finalmente me solto, os outros vem cobrar de mim. E eu volto a me cobrar, não pelos outros, mas por mim mesma, porque tenho essa necessidade de ser justa em tudo (que o signo me defina).
Sou sonhadora e debocham dos meus sonhos. Ou ficam com raiva por eu querer ser uma pessoa melhor. Mas eu não escondo a maldade que existe dentro de mim. Mas também sonho em ser alguém melhor, porque não? Porque as pessoas escondem a maldade delas e fingem ser alguém que não são? Porque elas escondem os sonhos delas com medo que alguém se incomode com eles? E porque fazem isso com a gente? É tão ruim ter que escutar os lindos delírios de alguém que está chegando perto das nuvens? Realmente, deste talvez eu também não me excluo.
Mas do talvez que eu mais tenho certeza é o do meu jeito. Sim, meu modo de ser, viver e pensar é estranho. Tenho sempre essa estranha ligação com o divino que me faz parecer louca. Mas eu sou feliz e conheço muita gente que é feliz comigo. Eu não vou pedir desculpas se meu jeito te atrapalha, mas posso dizer que sinto muito por você. Também não quero nada leve, porque coisas levem vão embora muito fácil; quero coisas pesadas. Coisas e sentimentos que fiquem comigo pra sempre. Porque eu vou ser pra sempre contigo.
E o último talvez é o de decifrar. Não, você não me decifrou, não me decifra e nem me decifrará. Só quem me decifra sou eu e mim.
No espelho não é Eu, sou Mim. Não conheço Mim, mas sei quem é Eu, sei sim. Eu é cara-metade, Mim sou inteira. Quando Mim nasceu Eu chorou. Eu e Mim se dividem numa só certeza. Alguém dentro de mim é mais Eu do que Eu mesma. (Rita Lee)
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