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8 de agosto de 2012

México, agora é a sua vez

Quem me conhece, sabe. Eu não abro mão de uma aventura. Por mais que o medo seja grande, a vontade de voltar no passado seja maior ainda, eu sempre termino me arriscando. Quando eu recebi a notícia de que teria a oportunidade de passar um semestre estudando no México, o primeiro pensamento que veio a cabeça foi: ARRIBA! EU VOU! Mas - quem me conhece também sabe disso - como boa libriana que sou, vivo em dúvida. Já diria os poetas do Twitter: 'Odeio ter opções. Sempre escolho as erradas'.

Passei um tempo naquela indecisão sem jeito, desgraçada. Medo de que a família não fosse sentir minha falta, que os amigos fossem esquecer de mim. Medo de não fazer amizades no intercâmbio. Um pouco de insegurança também. Aquela agonia, sem saber onde viver, como estudar, como fazer provas, como me vestir. Mas eu decidi ir. A partir daí, já era uma escolha sem volta. Uma escolha que eu precisava fazer dar certo. Por querer surpreender, não só a mim mas aos outros também.

Dia 30 de julho de 2012 eu deixei toda minha vida pra trás, mais uma vez. Três anos se passaram depois do intercâmbio para a Califórnia. Naquela época, eu era uma adolescente. Agora, já me considero uma jovem adulta kkkkkkkkkk. Neste momento, a responsabilidade é maior e a incerteza sobre o futuro, maior também.

Cheguei em uma cidade no mínimo zilhões de vezes maior que o Recife. Uma cidade onde o trânsito não para. Onde a comida é muito diferente. O ar é muito seco e dificulta a respiração. As pessoas são cordiais, mas falam muito rápido, e por mais que os idiomas se pareçam, a sua cara de besta demora pelo menos dez segundos até desaparecer e você entender o que falaram. Certo estavam os Beatles quando disseram Ontem os meus problemas pareciam tão distantes. Hoje, eu e mais cinco almas perdidas no México lutamos para afastar os problemas.

Não é difícil, mas também não quer dizer que seja fácil. A adaptação é difícil e, apesar do pouco tempo, já passei por várias provas sem ter tido tempo de estudar a lição. Fiquei doente várias vezes, acordei sem conseguir respirar e o nosso hotel é assombrado e, QUE BOM, ainda não encontramos apartamento. Pra piorar, sentimos o chão tremer ontem.

Chorona como só eu consigo ser, desabei no choro quando peguei uma virose maldita e tudo o que eu queria era o colo da minha mãe e o dengo do meu pai. Poder gritar: PAIZINHO, PEGA REMÉDIO PRA MIM! ou MÃEZINHA, VEM ME COBRIR QUE EU TÔ COM FRIO. As lágrimas também vieram nos olhos enquanto eu estava no avião, assistindo um filme e Miley Cyrus cantou uma das minhas músicas preferidas. Os versos 'Eu tenho que continuar tentando, seguir com minha cabeça erguida. Sempre haverá outra montanha, e eu sempre vou querer tirá-la do caminho. Sempre haverá outra batalha e algumas vezes eu terei que perder', me fizeram chorar como não chorei no aeroporto. Lágrimas vieram nos meus olhos quando no primeiro dia de aula, eu sentei sozinha e não tinha minhas amigas para fofocar enquanto o professor não chegava. Ou quando eu comento algo muito engraçado, mas sei que só aquelas que me conhecem há muito tempo vão entender de verdade.

Detalhes de uma primeira semana inesquecível. O México é lindo. A cidade é caoticamente fascinante. As pessoas, os lugares, os cachorros, as casas, o colorido e o jeito de levar a VIDA. O clima, o fuso horário, as bebidas e as comidas estranhamente diferentes.

Mas há uma coisa que só eu conheço. Viagens servem para mim como uma oportunidade para amadurecer. Para sentir o que é AMOR quando se está longe. O que é FAMÍLIA quando não se tem brigas. O que é AMIZADE quando não há a convivência. O que é SAUDADE quando a distância atinge recordes. Experiências me dão vontade de deixar de ser quem sou para ser quem eu quero ser. Uma filha melhor, uma irmã mais compreensiva, uma tia mais presente e uma amiga mais única. Defeitos que eu odeio ter que carregar comigo e gostaria de jogar fora. Qualidades que me encantaria absorver e levar para sempre dentro de mim.

"Llegar a ser alguién significa llegar a ser otro distinto a sí mismo." (Francois Mauriac)

5 comentários:

C h a h i ne disse...

Own Maaah! Adorei! Saudades sua fofaaa!

Unknown disse...

"A cidade é caoticamente fascinante."
Como és gay, amiga! HAUEHUAHEUHAUHEUA' E uma fofa! Quero muito que tu poste todas as tuas experiências aqui é uma maneira da gente saber como você tá se sentindo. Tenha a certeza que aqui você faz muita falta.... Te amo!!

Unknown disse...

Amiga,
tu tá fazendo uma FALTA ENOOOOOORME... é ser muito mamona pra achar q não ia fazer!!!
Adorei tu atualizar o blog..já tava arretando pra tu fazer isso desde q tu chegou aí, não foi??? Sou fooofa!!
É pq qnd leio as coisas aqui me sinto mais pertinho de tu ><
Só fico triste qnd tu começa com mentiras..:( "jovem ADULTA" Faz tempo que passou disso, né, sua VEEEEEEEEEEEEEEEELHA!! Hahahahahahahahahaha
Eu te amo, piri linda *.*
Só pra tu não esquecer... SAUDAAAADE!

Mainha te ama disse...

Huuummm gostei de tudo, principalmente de: "Uma filha melhor, uma irmã mais compreensiva, uma tia mais presente (agora são três)e uma amiga mais única".


P.S. Mainha te ama:)

Kika disse...

"Já passei por várias provas sem ter tido tempo de estudar a lição" Vc não precisa estudar para se sair bem, vc tem um dom nato... sempre vai tirar de letra as dificuldades, principalmente, se não tiver PAINHO para providenciar o remédio ou MAINHA para lhe cobrir!!! É por isso que essas viagem lhe amadurecem cada vez mais, porque vc coloca em prática tudo que vc já sabe. Quando temos alguém para nos proteger e cuidar de nós, acabamos nos acomodando. Porém, quando estamos por conta própria temos que enfrentar as dificuldades e fazer o que é preciso ser feito... E vc, com certeza, é MARAVILHOSA em fazer o que é PRECISO!!! TE AMO!!!